os cartéis
Em 1964, no Ato de fundação da Escola Freudiana de Paris, Lacan propõe que a escola seja um organismo de trabalho, para que, por meio deste, a psicanálise fosse reconduzida à práxis original da qual se desviara, a práxis freudiana. Para a execução desse trabalho, era preciso seguir o Princípio de uma elaboração apoiada num pequeno grupo. Assim surgiu o dispositivo do Cartel, o qual, antecipando-se ao dispositivo do passe proposto em 1967, constitui um dos pilares com os quais Lacan desenhou um modelo até então inédito de comunidade analítica, em que a hierarquia viesse a ser substituída pelo gradus. Em 1980, no seminário D’Écolage, Lacan concluiu a “fórmula afinada do cartel” nos seguintes termos:
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Quatro se escolhem para levar a cabo um trabalho que deve ter seu produto. Um produto próprio a cada um, e não coletivo.
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A conjunção dos quatro se faz ao redor de um Mais-Um (Plus-Un) que, se é qualquer um, deve ser alguém. Será encarregado de velar pelos efeitos internos do empreendimento e de provocar sua elaboração.
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Para prevenir o efeito de cola (de colle), deve-se realizar a permutação no prazo estabelecido de um ano, no máximo dois.
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Não se espera outro progresso senão o de uma periódica exposição dos resultados, assim como das crises de trabalho.
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O sorteio assegurará a renovação regular dos limites demarcados com o fim de vetorizar o conjunto.
forme um cartel
Mensalmente, às quartas-feiras, o espaço Seminário de Cartéis estará promovendo encontros com a finalidade de facilitar a constituição de cartéis e de discutir assuntos relevantes a este dispositivo.
Aqueles que desejam ingressar em um cartel, mas não possuem disponibilidade de comparecer às reuniões, podem preencher o formulário abaixo e entrarão em contato com o(a) responsável pelo Seminário de Cartéis.